quarta-feira, 12 de março de 2014

Síndrome de Estocolmo

Fui raptado pelo Hermano Maia. Junto com ele estão mais 4 raptores. Estão me levando para Estocolmo. Acho que estou gostando disso. Será que sofro da síndrome que o Nils Bejerot descreveu em agosto de 1973?

A facção é grande, e além dos raptores ( Hermano Maia, Iro Borges, Aluísio Neves, Beto Souza e Cícero Mateus) contam ainda com colaboração de Catarina Botas, Sara Abreu, Vale Santacroche, Luciano Vasconcelos, Rosane Costa. O facto é que os meus raptores, nomeadamente, os "Sacundeia", estão me levando para a Escandinávia, com o intuito de fazer um carnaval aos moldes brasileiros.

 Espero voltar são e salvo desse sequestro, mas confesso que estou gostando disso. Quem sabe não foi assim no assalto de Norrmalmstorg? Afinal, acho que tenho me identificado com os raptores. Será Síndrome de Estocolmo?

Sacundeia, estréia internacional no Carnaval de Estocolmo, 2014.

Primavera em preto e branco

Tudo que é antigo e velho me fascina. Os vestígios do passado guardam em si toda magia dos factos por ali acontecidos. Emerge uma curiosidade em saber o que se passava por ali em tempos em que não existíamos. A ferrugem, a poeira, as paredes corroídas do tempo, são todos testemunhas inertes da passagem humana por aquele chão. As velharias me fascinam, não só pelo seu valor histórico, mas pela forma como revela os hábitos, gostos, estilos e culturas de outros tempos. As antiguidades, para além de ser valor, seja monetário ou de estima, são partes de um quebra cabeças que remonta toda uma cena vivida num momento anterior.


Pisar o chão palco de grandes momentos que incidiram na história do Brasil, mirar o horizonte de onde partiram as primeiras caravelas rumo à América, tomar um café no Nicola, onde o Fernando Pessoa costumava frequentar, respirar os ares de uma nova primavera em Lisboa com aroma dos tempos remotos onde não estive, tudo isso da cor à imaginação. Dá cores às palavras. Dá cores ao que então era preto e branco e faz as árvores nuas se vestirem de novas folhas. E a história se revestir de novas páginas.


Eu gosto do velho, por ser uma novidade. Gosto no novo, daquilo que me parece antigo. Gosto da primavera em preto e branco, com as cores que não vi nas fotografias de outros tempos.